________________________________________________________________

“Furaro os óio do assum preto pra ele, assim, aí cantá mió”. Na música Assum Preto, de Luiz Gonzaga, é mostrada a insensibilidade humana para com a natureza representada pelo pássaro que tem os olhos furados para satisfazer uma necessidade supérflua. Na contemporaneidade, essa mesma indiferença espelhada com uso exagerado do plástico pelo ser humano, que não se importa com as consequências dos microplásticos para o meio ambiente e para a saúde humana, e pelo descaso do Estado com os sinais de alerta.

Primordialmente, o exagero humano com plástico sempre foi um grande obstáculo em relação a assuntos relacionados a preservação do planeta. Segundo a NGB – National Geographic Brazil – a fonte mais comum dos microplásticos no planeta são as bitucas de cigarro sendo mais de 6 trilhões consumidos por ano. Esses cigarros descartados em praias e litorais vão para o estômago de animais marinhos ou até mesmo são dissolvidos na água, sendo depois ingeridos pelos seres humanos. Em consequência, os ecossistemas marinhos tornam-se vulneráveis aos microplásticos, aos metais pesados e às substâncias tóxicas liberadas pelas bitucas, também prejudiciais à humanidade.

Além disso, o descaso do Estado se torna uma problemática a partir do momento em que um descuido para a situação se torna presente. Apesar da garantia de um ambiente ecologicamente equilibrado, no art. 225 da Constituição Federal de 1988, tal benefício não se vê presente na vida dos cidadãos brasileiros. Nessa ótica, o dever constitucional é desprezado seja pelo despreparo nas políticas de coleta dos plásticos nas cidades seja por não conscientizar a população sobre os perigos dos microplásticos. Por conseguinte, o aumento do plástico no planeta aumenta e os microplásticos no ar se proliferam afetando a biodiversidade, especialmente os mais vulneráveis a problemas de saúde.

Logo, vê-se necessária uma movimentação para combater tais consequências agravadas pela demasia humana e pela inércia estatal. Cabe ao Ministério do Meio Ambiente, principal órgão responsável pela natureza, em parceria com o Ministério da Saúde, uma maior divulgação de alertas para a população sobre os riscos do uso exacerbado de plástico, por meio de fontes midiáticas e esferas públicas, como as escolas. Além disso, o desenvolvimento de projetos com foco em aumentar os níveis de limpeza pública nas cidades brasileiras. Dessa maneira, reduzir-se-á ao máximo os danos causados pelos microplásticos na natureza e na saúde humana, criando assim um ambiente condizente com o que a Constituição garante a todos.

Redação produzida pelo estudante Vinícius Severino Caetano, do 3º Ano do Ensino Médio, durante o Projeto A escrita dialética em plataformas digitais, durante o ano letivo 2025.

________________________________________________________________

“Sem azul, não há verde, sem oceano não há vida”. A citação da oceanógrafa e ambientalista americana Sylvia Earle evidencia a conexão entre os seres humanos nos ecossistemas aquáticos, hodiernamente, ameaçados por uma modalidade de poluição: os microplásticos. Por serem pequenas partículas, com apenas 5 mm, que não se decompõem por completo, tornam-se inevitáveis as consequências para a saúde humana e para os organismos vivos nos oceanos, configurando-se uma crise ambiental silenciosa. Diante desse cenário, é necessária uma mudança rigorosa ao consumo excessivo e medidas políticas.

A princípio, um dos indícios da penetração do fragmento sintético no ser humano está no documentário “Plastic People”, o qual expõe como os detritos plásticos são vistos no sangue, pulmões e na placenta de pessoas ao redor do mundo. A presença desses resíduos revela o grau urgente de contaminação pelos sérios impactos na saúde, como distúrbios hormonais, inflamações crônicas e possíveis contribuições para doenças mais graves, embora seja a longo prazo. Assim, é preciso compreender os riscos de o ser humano estar deglutindo o equivalente a um cartão de crédito por semana, devido à escassez de controle da produção plástica que afeta direta e indiretamente, toda existência global.

Paralelamente, o prejuízo aos animais aquáticos são igualmente trágicas. Consoante uma notícia publicada no portal G1, em 2022, baleias azuis engolem 10 milhões de pedaços de microplásticos. Esse dado escancara a problemática da fauna marinha e de toda a cadeia alimentar, provocando em mamíferos lesões internas que levam à morte pelo acúmulo de substâncias tóxicas, ou seja, ao ingerir as suas presas com plástico, e não da água que filtram, põem em perigo o equilíbrio dos oceanos e toda a biodiversidade, por conseguinte, a vida de inúmeras espécies.

Em síntese, é imprescindível que medidas concretas sejam adotadas. A conscientização ambiental deve ser colocada em prática, isto é, a reutilização de talheres, garrafa de metal, bolsas em vez de sacolas, doações financeiras a instituições, alternativas biodegradáveis. À IMO (Organização Marítima Internacional), cabem os investimentos em pesquisas e inovação sustentável, que devem ser priorizadas. A partir de ações coordenadas entre governo, empresas e o corpo social garantir-se-á aos oceanos sua continuidade, sendo a fonte de vida, e não vítima de negligência, como Earle alertou. Consequentemente, havendo azul, haverá verde, oceano, em especial, vida.

Redação produzida pela estudante Maria Eduarda Pacífico de Paiva Silva, do 3º Ano do Ensino Médio, durante o Projeto A escrita dialética em plataformas digitais, durante o ano letivo 2025.

________________________________________________________________

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, garante que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Porém, na prática, esse direito ainda é pouco efetivo: os microplásticos presentes nos oceanos e rios comprometem ecossistemas prejudicam a vida marinha e representam uma ameaça à saúde humana.

Diante desse cenário, observa-se que o consumo excessivo de plástico aliado ao descarte inadequado é um dos principais motivos para a presença de microplásticos no ambiente natural. Segundo o documentário “Lixo nosso de cada dia”, grande parte desses resíduos, principalmente os de uso único, são descartados de forma incorreta, fragmentando-se em partículas microscópicas que atingem rios e oceanos.

Além de impactar os ecossistemas, essas partículas plásticas representam ameaça à saúde humana, entrando na cadeia alimentar. Peixes, crustáceos e outros alimentos consumidos diariamente podem conter fragmentos de plásticos, que chegam ao organismo sem percepção imediata de risco. Pesquisas indicam que os microplásticos podem liberar toxinas, causar inflamações, distúrbios hormonais e outros efeitos de longo prazo.

Diante dos impactos ambientais e dos riscos à saúde humana causados pelos fragmentos plásticos, é essencial adotar medidas preventivas, tanto individuais quanto governamentais, para reduzir o uso de plásticos e melhorar a gestão de resíduos. Apenas por meio de ações conjuntas entre governo e sociedade será possível proteger os ecossistemas e garantir o meio ambiente equilibrado.

Redação produzida pela estudante Gabriel dos Santos, do 3º Ano do Ensino Médio, durante o Projeto A escrita dialética em plataformas digitais, durante o ano letivo 2025.

Deixe um comentário