PROJETOS DE LÍNGUA PORTUGUESA CONDUZEM ESTUDANTES DA ESCOLA JK A PONTOS TURÍSTICOS DE GUARABIRA

No último dia 14 de novembro, nossos estudantes do 2º Ano B, junto com a Professora de Língua Portuguesa Elciane de Lima Paulino, da Escola Estadual de Ensino Médio John Kennedy, realizaram um tour por alguns pontos históricos de Guarabira, com o objetivo de apresentar estruturas físicas e imateriais, de grande valor para o povo guarabirense, bem como personalidades que contribuíram ou que ainda contribuem para o desenvolvimento da cidade. A excursão foi feita em parceria com o Professor Gilmar de Sena, que organizou o percurso para seus alunos do 3º Ano do Ensino Médio vivenciarem a literatura para além da sala de aula. Com efeito, neste relato, disponibilizamos informações acerca dos espaços geográficos, históricos e culturais de Guarabira: Memorial Frei Damião; Beco de Candeia; Teatro Geraldo Alverga; Galeria de Arte Antônio Sobreira; Parque da Estação – Dona Ló – Ferrovia Conde D’Eu; Memorial do Cordel; Casa da Cultura; como forma de convidar o público blumenauense e demais leitores a conhecerem um pouco mais sobre nossa cultura, nesse movimento de subjetividade e alteridade que a escrita é capaz de promover. Iniciamos pela apresentação do vídeo de nossos estudantes protagonistas do Projeto Intercâmbio Nordeste-Sul: conexões na poesia popular.

O primeiro ponto visitado foi o Memorial Frei Damião – a terceira maior estátua católica do Brasil, com 34 metros de altura, localizada na Serra da Jurema. Nossa cidade destaca-se pelo turismo religioso, prova disto é que o memorial recebe turistas de várias partes do mundo, como Portugal, Itália, França, Holanda, Alemanha, Peru, Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Venezuela, entre outros, conforme o livro de visitas do local, analisado pelo Professor Jeremias Cavalcante para a composição do Projeto Conexão Mundo 2024. O ponto turístico está completando 20 anos e tem como projetistas os arquitetos Alexandre Azevedo e Gilberto Guedes. Vale destacar ainda que, no caminho de acesso para o memorial encontra-se o mirante Cruzeiro de Brennand, de onde podemos ver a paisagem natural e cultural de Guarabira, bem como  as quinze estações da Via Sacra, com estátuas de concreto feitas em tamanho natural. Nosso memorial é composto por um museu, que preserva  objetos pessoais, fotografias e artigos religiosos do frei capuchinho, alguns encontrados no início do vídeo. Na parte externa, podemos sentir a natureza e interagir com a fauna e a flora existente na Serra da Jurema. Vale a pena conhecer!

Saindo deste local, fomos para o Beco de Candeia, acesso entre a Praça Antônio Guedes e a Rua Osório de Aquino. No beco, grandes personalidades guarabirenses foram representadas na arte do grafiteiro Marquinhos Perfect, totalizando 20 metros de painel. O projeto artístico não se limita ao beco, é parte de uma intervenção maior: retratar o cotidiano da cidade em becos, paredões e paradas de ônibus. Algumas delas foram brevemente apresentadas pelos nossos estudantes no vídeo acima e serão listadas a seguir: Chico Pedrosa (um dos maiores poetas brasileiros); Maria Eulália Cantalice (ilustre educadora de nossa Rainha do Brejo); Ednaldo Pereira (cantor conhecido nacionalmente); Margarida do Feijão (uma comerciante muito conhecida na região); Ronaldo Cunha Lima (poeta e político guarabirense); Zenóbio Toscano (engenheiro, ex-prefeito e ex-deputado estadual da Paraíba), entre outras.

Antes de chegarmos ao nosso próximo destino, a Estação – Dona Ló – Ferrovia Conde D’Eu, transitamos pela calçada do Teatro Geraldo Alverga e da Galeria Antônio Sobreira, onde rememoramos a importância desses espaços na vida de nossa comunidade educacional: o teatro já foi palco de inúmeras apresentações culturais, inclusive estudantes de nossa escola, em 2012, apresentaram a Peça teatral O fantástico Mistério de Feiurinha, de Pedro Bandeira, por meio do projeto Ler é uma fascinante viagem; também já participamos como expectadores das peças De João para João, de Tarcísio Pereira, A Batalha da Vírgula contra o Ponto Final e Histórias de Lua e Sol, do autor Vando Farias. Quanto à Galeria de Arte, também realizamos visitação, no ano 2023, na Exposição do Centenário do Romance do Pavão Misterioso, importante obra da Literatura de Cordel, escrita por José Camelo de Melo Resende; nessa oportunidade nossos alunos entrevistaram o diretor Elias dos Santos, um dos nossos grandes artistas plásticos.

Para proporcionar uma viagem no tempo, após rememorar projetos anteriores, demos sequência à visita ao Parque da Estação – um equipamento histórico e turístico datado de 1884, revitalizado e inaugurado em 4 de julho deste ano. Em 2024, a rede ferroviária, cuja localização é o Bairro Esplanada, completou 140 anos. Hoje conta com um memorial e um salão de artes plásticas, abertos ao público em geral. Segundo relato da guia que acompanhou os alunos pelo local, a movimentação do trem funcionava “a todo vapor”, mas foi interrompida no ano 2000, devido às mudanças nos meios de transporte para deslocamento de pessoas, bens e mercadorias. Na Estação ainda há um compartimento onde era depositado o milho para a Guaraves, importante indústria alimentícia de nossa cidade e região. Assim, percebemos que o trem contribuiu com o crescimento da economia, movimentando o comércio local e com o desenvolvimento de Guarabira. Além disso, a locomotiva tornara-se um divertimento para os guarabirenses: quando escutavam o barulho, desciam para ver, isso retrata a beleza nos relatos de pessoas que conviveram nos arredores da ferrovia. É um lugar que suscita muitas histórias contadas por nossos avós, tios, tias, vizinhos, isto é, guarabirenses de outras gerações. É importante acrescentar que a Estação foi sede de um dos eventos anuais mais importantes da região, Festival de Arte Naif, com o tema Ferrovia. Cada quadro exposto retrata um pouco da história da Ferrovia Conde’Eu. O festival reúne artistas Naif de vários lugares do Brasil e do mundo. Entre tantos objetos artísticos e históricos, encontramos no memorial da ferrovia fotos antigas, documentos (a planta de desapropriação, documentos de trabalhadores), como também peças antigas que foram utilizadas na estação, tais como o telégrafo – utilizado para comunicação com outras pessoas por meio do código Morse -, capa de proteção utilizada em tempo de chuva, fotografias dos primeiros e dos últimos trabalhadores da época, fotografias do descarrilhamento, espaço da bilheteria, cofre antigo para guarda de documentos e de dinheiro, as rodas do trole, o sino, o relógio (objeto que traz uma curiosidade em relação ao número quatro em algarismo romano), o lugar onde ficava a balança de pesagem das mercadorias e peças de troca de trilhos. Fazendo-se uma visita ao local, tem-se um acervo inestimável da história não apenas de nossa cidade, mas de outras regiões conectadas pelos ramais do Brejo.

A ferrovia resgata histórias de nosso povo e nos leva a imaginar novos percursos, como podemos perceber no poema do nosso artista plástico e poeta Elias dos Santos. A gravação foi realizada pelo poeta André Filho.

Desembarcando da Estação, continuaremos, posteriormente, nossa excursão na Casa da Cultura e no Memorial do Cordel José Camelo de Melo Resende. Este possui um rico acervo que valoriza a literatura popular dos cordelistas de nossa região. As fotos abaixo foram registradas, previamente, antes da realização do projeto Intercâmbio Nordeste-Sul: conexões na poesia popular, com vistas à preparação de cada etapa. Em breve, receberão a visita dos estudantes que coletarão informações para a conclusão deste relato.

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