A DANÇA AFRO-BRASILEIRA

I
Com sons e ilusões pouco conhecidos
A dança Afro-brasileira
Movimentos desconhecidos
Mas é coisa de primeira
Trazida por essa nação única
E por ser única pra outros, é barreira.
II
Representação de seus deuses
Conceitual no dia a dia africano
Essa dança tornou-se o viver
A dança negra tem seu cotidiano
Sendo assim os seus camponeses
Saem do rural para o urbano.
III
Dança ao som do ferro, a mulata
O que acha de dançar
Rituais ligados aos anciãos?
Na roda se vai até o sol raiar
Elogia e chicoteia. A branca ingrata
Ainda assim não deixa de sonhar.
IV
Para fundamentar a cultura
O mito no ciclo do movimentar
Obra de Iemanjá do mar e do céu
Mãe de muitos por acreditar
A ela eu tiro o meu chapéu
É dança é luta pra se estruturar.
V
Intensidade de energia
Traduzida por dor e frieza
Mesmo com boas intenções
Ao desobedecer tua sinhá com proeza
Ouve-se a música de tua agonia
Sente na pele o chicote. É muita tristeza!
VI
É talvez carente a união
São frutos de forma coletiva
Teu poder, tua capacidade
E ritmos de percussão pré-letiva
Movimentos oriundos ao som da ilusão
Procurando tua interioridade criativa.
VII
Manuscritos ou desenhados
Sentimentos de diversas naturezas
Momentos da vida diária
Com teus instantes de pureza
Que mantém forte influência
São movimentos de pura beleza.
VIII
Como também sobre a raça branca
Sem chicote e sem sentir dor
Caça e pesca ambas heranças
Correndo da escravidão sem amor
Até os dias atuais pulando tramas
Não dão aos indígenas seu valor.
IX
Forma de demonstração de igualdade
Para intensidade de ações
Afro, teu corpo é excelência
Herdado de puras intenções
Sendo assim, tua essência
Brota em grandes corações.
X
A coroação de um rei
A procura das pessoas pela dança
Afro, tu vás além da história
Aos poucos essa vida te cansa
Conservas através do corpo
O local da memória e da esperança.

Poema produzido pela aluna Maria Vitória Barbosa, do 2° Ano C do Ensino Médio, da EEEM Zenóbio Toscano, na Eletiva Literatura de Cordel, ministrada pela Professora Elimary Matias.

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