Conversa de bicharada

Elciane de Lima Paulino

No reino animalesco, de tudo há. E os bichos nomeiam tudo o que veem, errônea ou acertadamente, a boca diz sobre aquilo de que o coração está cheio.

Certo dia, uma capivara conversava com uma preá sobre as postagens da cutia nas redes sociais. Na conversa, até o porquinho-da-índia foi vítima de censura e isso chamou atenção.

“Estás vendo o bicho que ela arrumou? É muito diferente dela, tem cara de preguiçoso, só combina porque é dentuço, mesmo assim é pequeno demais! Só pode ser para roer tudo o que ela tem, afinal, o que ele tem para oferecer”?

Dona Preá sentiu-se incomodada com a palavra “pequeno”, pois jamais ultrapassaria 25 cm de altura e, logo, rebateu: “Não sei como ele aguenta uma bicha pesada daquelas. Nem de carne se alimenta a sua espécie”!

Palavras vão e vêm, palavras que o vento leva, de repente, chegaram aos ouvidos da cutia que também resolveu falar: “Tem bicho que é defensor pra levantar sua bandeira, mas, em matéria de amor, somente pia besteira. Já tem outros chilreando sem se olhar no espelho. Avalie-se primeiro, isso é bom e aconselho!

Para acalmar a bicharada, apareceu um macaquinho espertalhão: “Quem se serve de banana”?

– Nem de banana eu gosto! – disse Dona Capivara.

– Quem tiver sua banana, de mim não esconda! – acrescentou Dona Preá.

E o macaco continuou: “Pois bem, cada um se serve daquilo que lhe convém. Deixem a vida do outro e cuidem da vida que têm, pois o mau gosto alheio não diz respeito a ninguém!

Deixe um comentário